Após três anos, importações devem voltar a subir em 2017

Puxadas pela recuperação aguardada na economia, as importações devem voltar a subir em 2017 depois de três anos consecutivos em baixa – período no qual, sob o impacto da recessão, regrediram a patamares de 2009, quando a crise financeira internacional alcançou seu auge. Já as exportações, mesmo que cresçam, tendem variar menos do que as compras de produtos do exterior se as previsões do mercado estiverem, em sua maioria, corretas.

O resultado será um superávit inferior em US$ 2 bilhões aos US$ 47 bilhões previstos para este ano. Esse é, na mediana, o número considerado pelas instituições financeiras consultadas pelo Banco Central no boletim Focus, mas há prognósticos mais pessimistas, como o da Mapfre, que aponta redução de US$ 16 bilhões na balança.

A tendência é de peso menor – em alguns cálculos, até negativo – do setor externo na variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem. Nas contas do Santander, a contribuição da balança na atividade econômica deverá ser de apenas 0,4 ponto porcentual, enquanto nos cálculos do Itaú Unibanco o impacto é negativo, com desconto de 0,3 ponto porcentual. Em 2016, a contribuição foi de 2 pontos no cálculo do Santander e de 1,7 ponto porcentual no do Itaú. Ou seja, não fosse o setor externo, o PIB poderia, a grosso modo, encolher 5,5% em 2016, e não 3,5%, como se espera.

Apesar dos efeitos positivos, como ter aliviado o déficit das transações correntes, o salto é atribuído por analistas à crise econômica. Em 2017, com maior atividade produtiva, espera-se que as importações voltem a subir. A expectativa é de que sejam puxadas mais pelos bens intermediários do que pelos bens de consumo ou pelos investimentos em bens de capital, limitados pela ociosidade industrial.

“A importação de bens de capital deverá ser mais para repor do que para aumentar a capacidade de produção’, diz André Leone Mitidieri, economista da Funcex.

Entre consultorias, bancos e instituições empresariais, como a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), há consenso de que os importados voltarão a crescer não só em volume adicional sobre uma base de comparação deprimida, mas também em montante financeiro, dado o aumento nos preços de insumos, como os fertilizantes usados pelo agronegócio.

As variações previstas por economistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, vão de crescimento de 4%, na conta mais conservadora – feita pelo Santander – a 15%, projeção feita pela Mapfre. Dentro dessa faixa, constam ainda previsões da consultoria Rosenberg, além de Itaú e AEB.

Trump

Já o desempenho das exportações parece ser mais incerto nos cenários dos analistas por causa da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. A depender do que Trump decidir fazer quando chegar à Casa Branca, não são desprezíveis os estragos que, mesmo indiretamente, o Brasil poderá sofrer. Barreiras dos Estados Unidos à China, como ameaça fazer o magnata, atingiriam em cheio não apenas produtos que carregam insumos brasileiros, mas também todos os demais países que dependem do apetite por matérias-primas de um gigante que respondeu por 30% do crescimento econômico global nos últimos dez anos.

Por ora, enquanto as promessas mais radicais feitas em campanha pelo republicano são tratadas como riscos no horizonte, a maioria dos economistas mantém a aposta na primeira alta das vendas de produtos brasileiros ao exterior em seis anos.

A valorização das commodities – sobretudo minério de ferro e petróleo -, a safra recorde da soja e a perspectiva de crescimento da economia argentina são motivos que justificam o otimismo. As previsões levam ainda em conta um dólar que deve manter o padrão de competitividade deste ano, ao redor da média próxima de R$ 3,50. Um câmbio abaixo da linha de R$ 3,00, possibilidade que chegou a assustar exportadores em alguns meses de 2016, saiu do radar com a crise política, as incertezas no cenário externo e o aumento dos juros americanos menos gradual do que se antecipava.

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Petrobras lidera lista de empresas que mais ganharam valor na Bolsa

Apesar de amargar, em 2016, resultados financeiros desanimadores, grande parte das maiores empresas brasileiras de capital aberto teve pelo menos um motivo para comemorar. Se, por um lado, muitas registraram prejuízo recorde, por outro, elas não só recuperaram o valor de mercado perdido em 2015, como foram além. No ano passado, as companhias listadas haviam se desvalorizado em R$ 253,5 bilhões, segundo levantamento da Economática. Neste ano, entretanto, elas ganharam R$ 563 bilhões, com a Petrobras sendo responsável por quase 20% desse total.

O valor de mercado da petroleira passou de R$ 101,3 bilhões no fim de 2015 para R$ 209,4 bilhões, incremento de 106,7% – apesar de um prejuízo líquido de R$ 17,3 bilhões nos nove primeiros meses do ano, o maior da bolsa brasileira no período em valores absolutos.

Como o resultado das companhias em valor de mercado é uma projeção que se faz de caixa futuro, os investidores indicaram neste ano que esperam melhoras para os próximos meses, mesmo diante de prejuízos como o da estatal, diz Ricardo Rocha, professor do Insper.

Vendas de ativos, alta no preço das commodities e nomes no governo federal e no comando das companhias mais bem vistos pelo mercado financeiro estão entre os fatores que favoreceram a recuperação da Bolsa.

A Petrobras, por exemplo, foi beneficiada por uma relativa recuperação do valor do petróleo, cujo barril chegou a custar US$ 25 e agora passa dos US$ 55, e pela expectativa de um avanço ainda maior no preço decorrente da decisão da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) de diminuir a oferta do produto. De acordo com o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Paulo Gomes, a política de preços “mais transparente” adotada neste ano e a mudança no comando da petroleira também ajudaram no desempenho da companhia.

“O nome do Pedro Parente (atual presidente) fez diferença. É um gestor mais profissional”, acrescenta Rocha.

Parente, que foi ministro de Fernando Henrique Cardoso e passou por companhias como o grupo de comunicação RBS e a multinacional Bunge, tem levado adiante o projeto de desinvestimento da Petrobras. De acordo com o plano de negócios da estatal, a meta é vender US$ 21 bilhões em ativos até 2018. Por enquanto, já foram US$ 13,6 bilhões. “As empresas estavam precisando melhorar a produtividade. Estavam com um monte de ativos que não eram seu ‘core’ (negócio principal da companhia) e, agora, com as vendas, equalizaram o endividamento”, avalia Oscar Malvessi, da FGV.

A Vale e a Eletrobrás também apareceram no ranking das dez que mais se valorizaram em termos absolutos ao longo dos últimos 12 meses. O valor de marcado da mineradora deu um salto de R$ 61,7 bilhões no fim do ano passado para R$ 127,7 agora, impulsionado pelo aumento no preço do minério de ferro e pelos desinvestimentos. A companhia reduziu seu patrimônio líquido em 23% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2015, mas registrou um lucro líquido de R$ 11,7 bilhões, ante um prejuízo de R$ 11 bilhões até setembro do ano passado.

Privatizações

Já o valor da Eletrobrás avançou 250,6%, apesar de a estatal estar em uma situação financeira dramática – sua alavancagem chegou a 8,7 vezes no fim de setembro. A mudança na presidência para um nome que agrada o mercado, o de Wilson Ferreira Júnior (ex-CPFL), e o anúncio de privatização de sete distribuidoras até o fim do próximo ano ajudaram a melhora do preço dos papéis da empresa.

O presidente da Eletrobrás afirmou ao Estado, por e-mail, que credita os ganhos da empresa na Bolsa ao fato de o governo estar determinado a reduzir suas intervenções no setor elétrico e a medidas adotadas para diminuir a dívida.

Para Rodrigo Zeindan, da Fundação Dom Cabral, os riscos macroeconômicos no País diminuíram neste ano, o que impactou positivamente nas apostas dos investidores nas companhias, sobretudo nas estatais ou nas que estão sob influência do governo, como a Vale, através dos fundos de pensão. “O valor de mercado depende do risco da empresa e da economia. A volatilidade macro foi muito maior em 2015. As incertezas se resolveram nos últimos meses”, diz ele. “O mercado não acredita que (a nova crise política) derrube (Michel) Temer nem paralise o governo”, destaca.

O setor financeiro também avançou com o novo panorama político e econômico estabelecido depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Bradesco, Santander, Itaú e Banco do Brasil figuram no mesmo ranking em que estão Petrobrás, Vale e Eletrobrás.

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Brasileiros pagam mais de R$ 2 trilhões em impostos no ano

A crise econômica não diminuiu a arrecadação de impostos em 2016, já que o impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que calcula todos os tributos pagos pelos brasileiros no ano, já apontava às 21h da última quinta-feira R$ 2 trilhões, valor alcançado pela primeira vez no ano passado, no dia 30 de dezembro. Segundo a entidade, a projeção é que o Impostômetro feche o ano de 2016 com arrecadação de cerca de R$ 2,004 trilhões.

A cifra impressiona diante da retração econômica que o país enfrentou nos últimos dois anos. “Pelo segundo ano consecutivo, o Impostômetro chega a R$ 2 trilhões. Mas, nesses dois anos, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu mais de 7% e a atividade econômica se retraiu muito. E mesmo assim chegamos a esse montante, em razão da inflação alta no período”, afirmou em nota, o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti.

Para o advogado tributarista Vinicius de Vasconcelos Rezende Alves, do escritório VLF Advogados, a repatriação de recursos do exterior também ajudou a chegar ao montante. “Só com a repatriação, foram mais de R$ 50 bilhões que vieram em função do imposto e das multas pagas neste ano”, avalia Alves.

No site do impostômetro, estão indicados entre os tributos com maiores arrecadações em 2016 o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto de Renda (IR) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Reforma. Para Alves, a reforma tributária poderia diminuir o impacto dos tributos na economia brasileira. “O ICMS, por exemplo, tem o problema de atingir a todos da mesma maneira, tributando o consumo”, afirma. Para o advogado, o foco no consumo é uma forma “antiga” de estruturar o sistema tributário e deveria ser revista por uma reforma. “O governo, porém, tem mostrado que continua focando no consumo quando taxa serviços de streaming, como Netflix e Spotify”, declara.

Uma reforma tributária em 2017, na opinião de Alves, enfrentaria dificuldades em função do conflito de interesses. “A reforma pode ser dificultada em função dos interesses dos Estados e municípios”, diz. Ele defende a adoção de um sistema de imposto único, como o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), adotado em alguns países como Portugal.


Lei que cobra ISS de internet é publicada

Brasília. A lei que amplia a lista de serviços sobre os quais o Imposto Sobre Serviços (ISS) é cobrado e que fixa em 2% a alíquota mínima foi sancionada e publicada no “Diário Oficial da União” dessa sexta-feira (30). Por meio da nova legislação, busca-se acabar com a guerra fiscal entre as unidades da Federação. O ISS passa a ser cobrado também de serviços prestados via internet, caso, por exemplo, de pacotes de assinaturas que disponibilizam acesso a filmes, séries e músicas. Livros e noticiários ficam livres dessa cobrança.

Aprovada pelo Senado no dia 14 de dezembro, a lei estabelece que o ISS sobre as operações financeiras, como as de cartão de crédito ou débito, de factoring e de leasing deverá ser cobrado no local onde forem realizadas. Antes, o imposto era cobrado no Estado-domicílio da administradora da operação financeira.

Minas Gerais arrecadou 7% do total de impostos do Brasil

Os tributos arrecadados em Minas Gerais representam pouco mais de 7% do total do Brasil, ou R$ 141,9 bilhões, até essa sexta-feira (30), segundo o Impostômetro mantido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) no site impostometro.com.br. O Estado tem cerca de 10% da população, das empresas e dos microempreendedores individuais do país. Já a capital mineira arrecadou R$ 33,7 bilhões.

Em 2017, a ACSP prevê que não haverá aumento de impostos e que a arrecadação vai ser garantida pela inflação menor, o que deve gerar uma retomada na produção e, com isso, aumento de arrecadação. Porém, isso não deve gerar diminuição no valor do Impostômetro no próximo ano, segundo a entidade. A ACSP, via nota, também defendeu o corte de gastos por parte do governo.

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Publicado

Novo mínimo é oficializado no DOU

Brasília. O “Diário Oficial da União” dessa sexta-feira (30) traz o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 880 para R$ 937. O novo valor vale a partir de domingo, 1, e será pago em fevereiro, referente ao mês de janeiro trabalhado. O valor diário do mínimo corresponderá a R$ 31,23 e o valor horário, a R$ 4,26. O aumento ficou abaixo do previsto na Lei Orçamentária do ano que vem, que era de R$ 945.

Segundo o Ministério do Planejamento, isso ocorreu porque a inflação será menor do que o projetado inicialmente. A lei determina que a correção anual do mínimo corresponda ao aumento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, acrescido da variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos 12 meses anteriores. 

FOTO: Paulo Pinto / Fotos Públicas
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Comerciantes de São Paulo comemoram o fim do expediente

 

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Prêmio rende R$ 1,4 mi se aplicado em poupança

A Mega Sena da Virada, cujo sorteio será transmitido ao vivo, neste sábado (31), às 20h, renderá ao ganhador uma bolada de R$ 225 milhões. Como a quantia é tributada na fonte, o valor chega direto no bolso do felizardo, que não precisará pagar impostos à Receita Federal.

Se o ganhador decidir colocar o prêmio em uma caderneta de poupança, o valor deve render aproximadamente R$ 1,4 milhão por mês. No entanto, se a escolha for o investimento em CDB de alto rendimento, a renda mensal poderá chegar a R$ 2,24 milhões – porém, com descontos no Imposto de Renda. Caso os R$ 225 milhões sejam, por sua vez, aplicados no Tesouro Direto, que rende até 11,6% ao ano, o retorno será por volta de R$ 1,9 milhão.

Os jogos podem ser feitas até às 14h deste sábado (31), em qualquer casa lotérica. A aposta simples, com seis números, custa R$ 3,50 – a probabilidade de acerto dela é de uma em 50 milhões. O concurso é especial e o prêmio não acumula, segundo a Caixa. Se não houver ganhador com as seis dezenas sorteadas, o prêmio será distribuído entre os acertadores da quina – cinco números. Se não houver ganhadores nesta faixa, o prêmio será dividido com quem acertar a quadra, e assim sucessivamente.

Segundo o portal Uol, são possíveis 50.063.860 combinações de números. Para fazer todas as possibilidades, uma pessoa gastaria R$ 175,2 milhões. Com isso, teria um rendimento de 28% ao ganhar os R$ 225 milhões.

O problema é que teria de acertar sozinho – o que nunca aconteceu na Virada.

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