Réveillons injetam R$ 5 bilhões nos principais redutos

A chegada de 2018 vem sendo muito comemorada pelo turismo nacional. A expectativa é que a virada de ano injete cerca de R$ 5 bilhões nas economias das cidades que promovem as quatro festas mais procuradas do país (Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e Florianópolis), conforme aponta levantamento do Ministério do Turismo.

Reduto mais procurado por aqueles que esperam uma belíssima queima de fogos na virada do ano, o Rio de Janeiro calcula receber 2,7 milhões de turistas somente no período. A tendência é que eles deixem cerca de R$ 2,2 bilhões na economia local e ocupem cerca de 90% da rede hoteleira da Cidade Maravilhosa, de acordo com dados da Riotur.

Em Salvador, local acostumado a festas, serão cinco dias ininterruptos de adeus a 2017 e boas-vindas a 2018. A expectativa da prefeitura soteropolitana é que cerca de 410 mil turistas desembarquem na “Boa Terra” para curtir a sequência de espetáculos na Arena Cidade da Música Boca do Rio. Eles deverão ocupar 100% da rede hoteleira, ante 95% de 2016, e injetar R$ 405 milhões na economia local.

Ainda no Nordeste, Fortaleza promete não ficar para trás e organiza uma festa para 1,3 milhão de pessoas, das quais 650 mil serão turistas, que acompanharão os 18 minutos de queima de fogos e os 12 shows que serão realizados no aterro da praia de Iracema. A tendência é que os viajantes injetem R$ 1,5 bilhão na capital cearense e ocupem 98% dos leitos disponíveis.

No Sul do Brasil, Florianópolis é o reduto mais badalado, já que atrai, além dos moradores da região, turistas de outros países, como a Argentina. A expectativa da prefeitura é que cerca de R$ 780 milhões entrem nos cofres da cidade.

Os números animaram o ministro do Turismo, Marx Beltrão, que comemorou o potencial do réveillon nas economias locais. “Os números mostram que o réveillon é uma das principais datas para o turismo nacional, e a movimentação de turistas por todo o país contribui de maneira determinante para as economias locais. O Ministério do Turismo auxilia na melhoria de infraestrutura desses destinos e também na capacitação dos profissionais que atendem esses viajantes”, explicou Marx.

Rio de Janeiro

Espetáculo. A queima de fogos no tradicional réveillon na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, será de 17 minutos. A noite terá shows de Anitta, Frejat e das baterias da Portela e da Mocidade.

 

Gasto médio no país será maior

SÃO PAULO. Mesmo com 59,3 milhões de brasileiros na lista de inadimplentes, o consumidor pretende gastar mais com roupas, ceia e ingressos para festas de Ano Novo do que gastou no ano passado. Pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que o gasto médio do brasileiro neste final de ano será de R$ 282,20, valor superior ao de 2016, que foi de R$ 263,06.

“A queda da inflação e a melhora do mercado de trabalho explicam esse aumento de intenção do gasto médio. Mas é importante ressaltar que 62% dos entrevistados ainda disseram que não sabem quanto pretendem gastar. É gente que ainda com o orçamento comprometido ou desempregado. É preciso olhar a recuperação da economia com otimismo moderado”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Ela ressalta que, mesmo com o aumento do tíquete médio de gasto, os outros dados do levantamento mostram que o consumidor ainda não percebeu no bolso a melhora da economia. “Os economistas já sabem que a recessão ficou para trás e que saímos do fundo do poço. Mas o consumidor ainda não sentiu isso”, afirma.

Ela observa que 49% dos entrevistados que pretendem participar de alguma comemoração deste domingo (31) iam comprar roupas ou calçados novos para passar a virada de ano. É uma queda de oito pontos percentuais em relação ao ano passado, quando 57% declararam a intenção de comprar roupas e calçados na virada do ano. Outro dado da pesquisa mostra que 27% dos entrevistados pretendem passar o réveillon em casa, enquanto apenas 12% iam viajar. Outros 11% passarão na casa de parentes. A pesquisa de intenção de gastos no Ano Novo foi feita em 27 capitais do país, com base em 600 entrevistas de quem pretendia fazer compras.

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Para fechar 2018 no azul, é preciso se planejar desde já

De cada cem famílias brasileiras, 62 estão terminando o ano com contas em atraso e outros tipos de dívidas, como cheque especial, cartão de crédito e empréstimos. Os números são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento é referente a novembro e mostra ainda que o percentual dos que não pagam suas contas em dia está aumentando: no mesmo mês de 2016 os endividados eram 59,6%. Para não repetir o erro e chegar ao fim de 2018 com uma pilha ainda maior de boletos e contas, é preciso começar o planejamento o mais rápido possível, antes mesmo de o ano começar.

“A primeira coisa é a pessoa ter consciência dos atos negativos que permitiram que ela terminasse o ano no vermelho. A vida financeira é consequência dos nossos atos”, explica o consultor de finanças pessoais Carlos Eduardo Costa. Para o especialista, é necessário adotar uma série de medidas durante os 12 meses do ano para terminar no saldo azul. A primeira delas é identificar os gastos da família para saber onde é possível cortar. “Perceber para onde está indo o dinheiro é o ponto de partida”, destaca.

A consumidora Sílvia*, 31, não consegue se desvencilhar do cheque especial há pelo menos quatro anos. Ela e o marido terminaram 2017 no vermelho. “O que mais pesa no orçamento é o aluguel, que consome quase metade do meu salário”, diz.

Juntos, ela e o marido têm uma renda mensal de R$ 7.000, valor que ela não considera ruim, mas, sem planejamento e com gastos imprevistos, não é suficiente para fechar as contas. “Não temos uma poupança, e fica bem difícil quando o carro estraga ou algum animal fica doente”, detalha. O Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), por exemplo, não é quitado pelo casal. “Não conseguimos guardar o dinheiro”, afirma.

Limite. A solução para a situação do casal e de muitos outros consumidores que querem terminar 2018 no azul é planejamento. Segundo Costa, uma boa estratégia pode ser pagar primeiro as dívidas que têm juros maiores. Além disso, é preciso priorizar os gastos e não fazer novas dívidas. As pessoas podem também parcelar alguns impostos nos quais não há incidência de juros, como o IPTU. “A dívida é como a febre. É um sintoma. A pessoa precisa encontrar onde está o desequilíbrio financeiro”, afirma o consultor.

Sílvia* e o marido também não costumam eleger prioridades e estabelecer limites. “Quando saímos, gastamos sem preocupação”, assume. Nesse caso, o especialista alerta que é preciso controlar as despesas e, em algumas situações, se privar ou reduzir despesas com lazer, por exemplo, até que as contas estejam equilibradas. “Não é possível fazer tudo. A pessoa pode ir intercalando as escolhas”, finaliza o especialista.

* Nome fictício

Meta é não dever no cheque especial

“Eu não tenho a menor noção de dinheiro. Estou há quase quatro anos no cheque especial. Gostaria muito de terminar o próximo ano no azul, mas é muito difícil. São muitos gastos inesperados durante o ano e eu ainda pago aluguel. As contas sempre aumentam muito mais do que o salário. No ano que vem, meu objetivo é quitar pelo menos o cheque especial.”

Sílvia, 31

(nome fictício)

Equilíbrio pode requerer sacrifício

“Para buscar o equilíbrio financeiro, às vezes, é com sacrifício. Não há outro caminho. É melhor quitar primeiro a dívida que tem os juros mais elevados e honrar o compromisso com aqueles que ajudaram no momento de dificuldade. Algumas dívidas vão ficar para o futuro. É preciso se conscientizar, transformar e colocar as mudanças realmente em prática.”

Carlos Eduardo Costa

consultor de finanças pessoais

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Mais de 60% das pessoas nunca aplicaram seu dinheiro

Menos de um quarto da população economicamente ativa do Brasil tem algum tipo de aplicação financeira. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 62,3% das pessoas sequer conhecem algum tipo de investimento, e 13,8% até conhecem, mas nunca investiram. “Os brasileiros ainda têm pouca consciência de seu protagonismo em relação às próprias finanças. O hábito de priorizar o consumo, em vez de poupar, é uma questão cultural por aqui”, afirma o presidente do comitê de educação da Anbima, Aquiles Mosca.

De acordo com o especialista em finanças pessoais e investimentos Victor Cotoski, essa questão cultural do baixo nível de investidores é agravada pela barreira do desconhecimento e pela concentração do mercado das instituições financeiras. “Hoje, o Brasil tem praticamente cinco bancos privados dominando o mercado. Por comodismo, as pessoas ficam presas aos produtos que eles oferecem e, é claro, eles oferecem aquilo que é melhor para as instituições”, avalia.

Segundo Cotoski, os bancos priorizam a venda de aplicações que vão gerar mais caixa para eles, como fundos de renda fixa, por exemplo, que têm um spread grande e garantem mais rentabilidade para quem empresta.

“Por desconhecerem, os consumidores aceitam as sugestões dos gerentes. Mas deveriam pesquisar mais e recorrer a plataformas digitais mais independentes. Hoje já existem algumas que até isentam os clientes de taxas de administração. Isso é uma estratégia para atrair clientes que, se um dia decidirem aplicar em um fundo de ações, por exemplo, vão optar por aquela corretora. É uma espécie de isca”, afirma. A XP Investimentos e o BTG Pactual são alguns exemplos.

Cotoski destaca que a vantagem é que, como essas plataformas atuam como corretoras, elas têm um leque muito maior de opções de investimentos para oferecer. “Já os bancos têm interesse em vender os próprios produtos”, alerta.

O desconhecimento e a insegurança fazem a poupança ser a opção predileta. Segundo a pesquisa da Anbima, entre os 23,8% que fazem algum tipo de investimento, a grande maioria (16,4%) escolhe essa modalidade. “Infelizmente, o padrão de educação financeira no Brasil é muito baixo. As crianças precisam começar a aprender, ainda na escola, sobre o que é juros. A poupança é a primeira opção porque as pessoas não conhecem bem outras (opções). É uma questão de insegurança e aversão ao risco”, comenta o professor do curso de administração do Ibmec Marcos Camargos.

De acordo com o estudo da Anbima, apenas 1,24% investe em ações e fundos multimercado. “Temos um grave problema a ser superado em relação à Bolsa de Valores, pois as pessoas tendem a escolher o que é mais seguro, e poupança é um rendimento certo, mas muito baixo”, analisa. “Você só está correndo risco se não sabe onde está investindo”, afirma Cotoski.

Universo

Público. A pesquisa ouviu 2.653 pessoas em 130 municípios brasileiros, com a população economicamente ativa, inativos com renda e aposentados, das classes A, B e C, a partir dos 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

 

Autoconhecimento determina riqueza

Aeducação financeira, ou a falta dela, é uma das principais barreiras ao investimento. De acordo com o presidente do comitê de educação da Anbima, Aquiles Mosca, existem algumas iniciativas positivas, mas o alcance ainda é restrito. O especialista em finanças Victor Cotoski também ressalta o quanto esse preparo é importante. “Quando você tem uma boa base de educação financeira e sabe o que realmente importa para você, consegue determinar bem os seus valores. O que determina a riqueza é o seu autoconhecimento”, afirma Cotoski.

No último dia 11, Cotoski organizou em São Paulo o evento “Sobre investir”, que levantou discussões sobre dinheiro e felicidade. “Ter uma saúde financeira boa não é só ter uma planilha financeira bem-organizada. É saber das suas prioridades, saber aquilo que realmente importa, como lazer e família”, diz.

 

Achar que precisa de muito é erro

O professor do curso de administração do Ibmec Marcos Camargos afirma que, pelo fato de achar que é preciso bastante dinheiro para investir, muitos brasileiros nem chegam a procurar informações sobre aplicações. “Existem aplicações no Tesouro Direto que exigem o mínimo de R$ 30. Depois você pode ir colocando de R$ 10 em R$ 10”, afirma.

Segundo o professor, a baixa taxa de poupança e investimento no Brasil também pode ser diretamente explicada pela situação da renda e da economia. “Grande parte da população brasileira ganha um salário mínimo. Não sobra para aplicar, por isso a pessoa não investe”, justifica.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade da população recebe um salário mínimo, que, a partir de segunda (1), subirá de R$ 937 para R$ 954.

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